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Mate-me ou cure-me

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Blurb

Helena Passos é uma médica que dedicou toda a vida à sua profissão, até que seu caminho foi cruzado com um dos mais perigosos assassinos de aluguel da cidade do Vale do Exício, em que ninguém sabe onde fica, onde começa e termina, tampouco como fugir de lá. De repente, a médica se vê obrigada a conviver no mesmo espaço que seu algoz até que ele decida quando matá-la. Em meio ao grande paradoxo entre a vida e a morte de Helena, ela se vê diante da realidade de pessoas em extrema situação de carência e passa a se perguntar se o assassino é mesmo o vilão da história.

Parecia até que tinha sido premeditado que uma traumatologista acabasse perdida numa terra de ninguém para ajudar toda uma comunidade carente e privada de assistência. Mais estranho do que essa coincidência era que isso pode fazer com que Helena se aproxime do assassino e crie sentimentos que nunca sentiu por qualquer outra pessoa. Porém, mesmo envolvidos, nada mudaria quem eles eram e seus propósitos tão extremos. Ela salva vidas. Ele as tira.

Se a própria morte pudesse dar um conselho à Helena, teria dito: fuja, doutora!

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♠ Meio do caminho ♠
  Médicos não tiram férias, Helena quis dizer ao diretor do Hospital Geral Amaro da Silva. No entanto, ele não teria a escutado mesmo que ela tivesse gritado em seus ouvidos, era o tipo de pessoa que segue somente a própria vontade baseada em condutas pessoais. Se ele dizia que uma das traumatologistas precisava de uma licença, a ordem deveria ser seguida, mas também não era de fato uma ordem, e sim um conselho. Então, lá estava ela, saindo de férias, rumo a qualquer lugar que não fosse sua casa. Helena sentia que não precisava se ausentar de seu trabalho. A sala de cirurgia era sua segunda — talvez primeira — casa. Os dormitórios do hospital, seu leito de descanso. Já era até um pouco viciada no odor de éter, e no de sangue nem se falava mais. O jaleco por cima do pijama cirúrgico vinha sendo seu look casual por anos. As olheiras não eram tão fundas e os nervos funcionavam perfeitamente, ou seja, não havia sinais de que precisava tirar férias. Vinte dias de folga por ter coberto vários plantões e ter pulado as férias de três anos consecutivos. O que faria com tantas horas de ócio? Talvez se tivesse batido o pé no chão para continuar trabalhando como uma convicta viciada em trabalho, sua vida continuasse normalmente. Contudo, ela teve que ir, e o caos se instalou mundo afora fazendo com que Helena desejasse a confusão do pronto-socorro em período festivo. Estava dirigindo quando tudo aconteceu. Pretendia visitar sua mãe em Amélia Rodrigues sem avisar, o que já não era um bom começo visto que as duas não se viam a um par de meses, talvez um ano ou mais. Mas não era como se a médica tivesse outra pessoa que pudesse estar. Obviamente que sua mãe surtaria ao vê-la chegar de madrugada, porém se Helena não fosse assim que saísse do trabalho acabaria não indo mais e precisava daquele surto de sandice e adrenalina. E tinha um plano! Faria o caminho mais comprido que a daria tempo suficiente para perceber que sua mãe odiaria tê-la em casa, e voltaria para sua rotina sem pesos na consciência por não ter tentado. Como planejado, saiu da BR assim que ultrapassou a primeira enxurrada de indústrias na saída de Feira de Santana e entrou numa rodovia sentido a um caminho qualquer. Deveria ser porque era de madrugada, mas não se tinha uma alma viva passando por ali a não ser os caminhões que divagavam aleatoriamente. A quietude era quase aconchegante. Apesar da escuridão, Helena conseguiu discernir que os dois homens brigavam quase na beira da estrada. Desacelerou rapidamente, vendo a luta se materializar pelos faróis do carro, sem saber o que fazer na rua vazia de mão única. Quis passar direto detestando empecilhos que dificultavam seu caminho, mas quando os dois rolaram pelo asfalto mostrando que se tratava de um embate muito mais violento do que uma simples briga, a médica não pôde deixar de se preocupar. Buscou por seu celular e discou para a polícia, passando-lhe o endereço exato do conflito. Não havia mais o que fazer, foi o que pensou ao se certificar de que as portas estavam devidamente trancadas. Procurar por outra rota para desviar o caminho era o que havia sobrado. Antes de dar ré, vislumbrou o momento em que um dos homens sacou uma faca e apunhalou o outro no abdômen três vezes suficientemente fortes para que o rapaz caísse. O instinto de médica disparou feito um alarme em sua mente, fazendo com que ela acelerasse o carro enquanto buzinava freneticamente na intenção de assustar o homem armado, que correu para os afins do matagal que se estendia pelas extremidades. Era tão arriscado tentar ajudar, mas quando se salva vivas não consegue tolerar quem as tira, além do Criador, e Helena vivia em prol desse pensamento, o que a fez sair do carro assim que viu o outro sumir na escuridão sem pensar no que aconteceria se ele voltasse e a faca acabasse em seu próprio abdômen. O outro rapaz estava jogado no chão, definhando no que começava a se tornar uma poça de sangue fresco. Helena o alcançou rapidamente, abrindo os botões da camisa branca dele com destreza, estourando a costura de dois ou três, para examinar o ferimento. Um dos cortes se estendia pelo lado esquerdo no abdômen, talvez tivesse atingido o estômago ou o intestino. Outro cortava transversalmente a ferida mais funda, formando um xis ensanguentado. O último corte parecia mais superficial. — Você está me ouvindo? — ela perguntou para verificar se o rapaz estava consciente, encontrando seus olhos quase fechados e escondidos por debaixo da franja escura e desgrenhada. A falta de iluminação da rodovia privou a médica de muitos detalhes do rosto dele, somente sua expressão doentia e a respiração entrecortada pelo choque. Ele não a respondeu, continuando a encará-la como quem grava um rosto em sua mente enquanto Helena tentava estancar o sangramento mais fundo com a própria mão. — Consegue me ouvir? — repetiu com firmeza. — Já chamei a polícia e acho que aquele cara não voltará tão cedo. Sem respostas. A ferida encharcava suas mãos de sangue até que as sentissem escorregadias, optando por tirar o próprio casaco para estancar a hemorragia — Eu sou médica, então não se preocupe! Respire devagar. Meu nome é Helena, fique comigo, ok? — Pressionou o tecido sobre o ferimento, pondo a mão do rapaz sobre o casaco, segurando-o firme. — Mantenha pressionado. Eu já volto! Analisou rapidamente as opções em sua cabeça. O hospital mais próximo ficava a quilômetros de distância. O melhor a ser feito era fazer um curativo improvisado para estancar o sangramento e chamar uma ambulância. Helena se voltou para o carro à procura de seu celular e para buscar a pequena maleta de primeiros socorros que estava sempre em seu porta-malas. A impressão de que teve foi de nunca ter conseguido alcançar o automóvel mesmo que continuasse a vê-lo a passos de si mesma, como se vivesse uma paralisia do sono. Um estrondo ressoou forte e ensurdecedor em algum lugar muito próximo dali, ou será que foi em sua cabeça? A visão embaçou na hora e o gosto de sangue não foi sentido sobre sua língua antes de tudo a sua frente se tornar breu.

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