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Elevador: 5º andar

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Eles se reencontraram no elevador depois de 15 anos e toda a reaproximação acontece, de alguma forma, dentro do elevador, conversas, toques, beijos...

O casal de melhores amigos de infância, Hannah e Hélio, eram inseparáveis até a formatura do ensino médio em que ambos seguiram caminhos distintos. O que Hélio só não sabia era que Hannah era completamente apaixonada por ele. Agora, 15 anos mais tarde, ela só quer superar o amor de infância enquanto ele busca ter algo mais do que uma simples amizade. Então, o universo passa a brincar com os dois por meio de muitos encontros e desencontros até que Hannah e Hélio decidam se ficarão juntos ou se permanecerão separados mais uma vez.

— Acho que chegou a hora de sermos sinceros, Hannah! — afirmou tocando seu o rosto como se tivesse costume do ato ou se preparado o suficiente para fazê-lo na hora certa. — Até quando vai esconder que gostava de mim e que escreveu todas aquelas cartas de amor?

Arte da capa feita por Karine Duque (insta: @apenas_kaari)

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Térreo - 01
Aquele seria mais um dia normal na vida de Hannah, com a mesma rotina em que estava acostumada desde que passou a morar sozinha e a trabalhar numa clínica fisioterápica de reabilitação do outro lado da cidade. Tudo estava predeterminado para ser completamente igual a todos os outros dias de segunda a sábado, mas no exato momento em que a mulher entrou no elevador do prédio em que morava após chegar do trabalho, alguém gritou para que ela segurasse a porta. Assim que ela segurou o elevador, Hannah não estava ciente de que aquele poderia ser seu dia de sorte ou simplesmente o pior dia de sua vida. Segundos depois, alguém adentrou o elevador e Hannah deu uma lufada seguido de alguns passos para trás porque seria impossível não reconhecer seu melhor amigo de infância e grande amor, Hélio Jardim. Sua respiração ficou pesada e tudo o que conseguiu fazer foi encostar-se à parede de metal do elevador enquanto sua mente surtava com aquela situação imprevista. Só conseguia pensar que, enfim, eles tinha se esbarrado novamente. Finalmente? Infelizmente? Não saberia dizer visto tudo o que tinha passado nos últimos 15 anos em que estiveram separados. — Obrigado! — ele disse sorrindo e ocupando o espaço ao seu lado enquanto tirava a jaqueta ensopada pela água da chuva. — Essas chuvas de verão nos pegam tão desprevenidos, não é? Hannah apenas sorriu enquanto acenava, virando-se um pouco para o espelho a fim de que ele não a reconhecesse, mas esse não era um grande problema para se preocupar, afinal, ele nunca olhava diretamente para ela. Nunca a via. Nunca a enxergava. Por isso, tentou se recompor respirando fundo e nem se preocupou em ajeitar a maquiagem no espelho, somente aproveitou a oportunidade para olhá-lo um pouco mais, apreciar seu perfil daquele ângulo. O cabelo escuro e lisinho estava bem cortado atrás, deixando sua nuca à mostra, e na frente era mais comprido, onde a franja se partia ao meio desenhando seu rosto comprido. Hannah não gostava de pensar que ele continuava encantador em seus traços expressivos, mas não era como se pudesse mentir para si mesma. Hélio apertou mais uma vez o botão do quinto andar que já tinha sido apertado por Hannah e a porta do elevador se fechou sem cerimônias. A fisioterapeuta começou a respirar devagar para não acabar hiperventilando antes mesmo de saírem do térreo e acabar chamando a atenção dele. Precisava se concentrar, já tinham dividido o elevador — e outras coisas —, mas parecia que nunca conseguiria superar aquela ansiedade mesmo que ele não se lembrasse dela, detalhe este que deixava tudo ainda mais melancólico do que já era. E Hannah vivia de melancolias. Hélio assobiava baixinho e tamborilava as mãos nas coxas já pensando em todas as coisas que teria que fazer assim que chegasse em casa. Teria que se arrumar tão rápido e ainda sair debaixo daquela chuva para comemorar o aniversário de Júlio, e não era como se pudesse faltar só por causa disso, eram grandes amigos de faculdade! De repente, o elevador parou de súbito, fazendo com que Hannah tombasse para frente por estar tão distraída e esbarrasse no rapaz. Talvez Hélio a tivesse reconhecido se as luzes não tivessem apagado e se não tivesse preferido perceber que eles não tinham chegado ao quinto andar, ou melhor, não chegaram a canto algum. — O que aconteceu? — ele perguntou assustado se esquivando para longe da porta. Hannah se afastou dele, tentando ocupar outro canto como uma barata tonta. Pensou que ele continuava o mesmo medroso embora já fosse adulto. — Acho que o elevador parou... — respondeu a ele. — Será que quebrou? — murmurou preocupado e incomodado por não conseguir ver um palmo a sua frente. Hannah deu de ombros no escuro até perceber que ele não a via. — Não sei... — murmurou passando a se preocupar também. — E agora?  Estavam presos no elevador e a situação foi suficiente para que Hannah começasse a rever todas as suas melancolias. Sentia-se particularmente torturada pelo destino, era só mais um jeito de ele dizer que ela era uma grande covarde. —  Tem alguém aí? — alguém disse pelo interfone, provavelmente Elias, o porteiro do prédio. —  Tem sim! — Hélio respondeu. — Duas pessoas. O que aconteceu? —  Tivemos um apagão e parece que o gerador não está funcionado! Vocês estão bem? Então, Hannah começou a achar que estava mesmo sendo castigada por alguma força maior. —  Você está bem? — Hélio perguntou para ela no escuro. — Sim... — murmurou ao lembrar que não adiantava acenar. — Estamos bem! — voltou-se ao interfone. — Vai demorar para consertar? —  Ainda não sabemos qual o problema! Já entramos em contato com o técnico e deve demorar um pouco até que ele chegue aqui por conta da chuva. Ao ouvir aquilo, ambos Hannah e Hélio suspiraram sem conseguir imaginar como a situação poderia piorar e encostaram-se à parede de frente para a porta, segurando na barra que ali estava só pelo breve pensamento de que o elevador poderia cair e matá-los. E então, nada de pior poderia acontecer. —  Acho que teremos que esperar um pouco. — comentou como se ela não tivesse escutado a conversa com o porteiro. Hannah agradeceu internamente por estar escuro quando sua mão esbarrou com a de Hélio sobre a barra de metal frio. Mas o rapaz que não era muito fã de estar no breu e confinado estava mais grato por não estar sozinho. — Poderia ligar a lanterna do seu celular? — sugeriu para ela de repente. — O meu está descarregado e é estranho não conseguir enxergar nada. Disse estranho para não falar assustador, até porque seria constrangedor admitir que era um homem de 32 anos que tinha medo de escuro. Contudo, Hannah o conhecia o suficiente para compreender e não julgar. Apenas buscou pelo aparelho na bolsa e ligou a lanterna direcionando a luz para frente sem querer dar destaque ao próprio rosto ou ele veria que ela estava hiperventilando. — Obrigado! — disse a ela um pouco mais aliviado por poder ver a forma das coisas. Ficaram em silêncio por um momento. Hannah observava de soslaio todas as vezes que Hélio encarava o relógio de segundo em segundo. Imaginou que ele deveria estar atrasado para algum compromisso. Era uma sexta à noite e supôs que ele tinha alguma lugar para ir,          talvez fosse um encontro. Então, sentiu-se patética por saber que passaria a noite vendo a novela das 21h enquanto escolhia um filme para assistir sabendo que quando escolhesse já seria hora de dormir. Contemplou a expressão preocupada dele e se permitiu ter um pouco das lembranças que compartilhavam do passado. Seria diferente se ele se lembrasse dela sozinho, porque parecia constrangedor precisar lembrá-lo, por isso nunca o fez. Como poderiam ter acabado morando no mesmo prédio, no mesmo andar, depois de 15 anos sem contato e ainda ficarem presos no elevador? Hannah se lembrava quando o viu pela primeira vez depois da formatura do ensino médio, fazia uns seis meses. Primeiro achou que era alguém muito parecido com ele que estava na recepção. Depois que entraram no mesmo elevador cheio teve certeza de que era uma alucinação dos efeitos à falta de cafeína. Demorou quase um mês para entender que era mesmo o Hélio que conhecia que não só tinha se mudado para o mesmo prédio que ela como também era seu vizinho de frente. Foi uma surpresa extasiante e melancólica, e que se tornou de má fé quando ele não a reconheceu mesmo que se esbarrassem quase sempre aqui e ali. —  Com licença! — Hélio disse olhando para ela. Diretamente para seu rosto.  A arritmia cardíaca começou e Hannah fincou seus olhos nele, vidrados e esperançosos. Não se importava mais com o que tinha acontecido no passado, só queria que ele se lembrasse. Será que lembrava?  —  Poderia me emprestar seu celular? — pediu com um sorriso tímido e meio desconcertado. — Preciso fazer uma ligação urgente! Não, ele não lembrava. Hannah se concentrou em desbloquear a tela do celular para disfarçar que estava completamente desapontada. Entregou o aparelho a ele e recebeu um de seus sorrisos mais genuínos pelo reflexo da luz da lanterna, que foi suficiente para que seu coração palpitasse diferente. Deu-se um tempo para se sentir patética e melancólica enquanto Hélio ligava para alguém. Poderia ser a namorada. Parecia que Hannah tinha uma aptidão nata para cercá-lo de pessoas que o fariam esquecer da existência dela, como um masoquismo platônico. —  Oi, Júlio! É o Hélio! — disse abertamente. — Não, meu celular descarregou. É o celular de uma moça muito gentil! A moça muito gentil era ela. Legal. Educado. Depreciativo. Ele não lembrava nem seu nome mesmo que tecnicamente tivessem crescido juntos, ou pelo simples motivo de já terem se reapresentado antes. —  O elevador do meu prédio quebrou... — continuou. — Eu estou dentro. Se estivesse do lado de fora eu usaria as escadas, lógico. Sim. Acho que vou me atrasar. É, avisa à galera. Assim que consertarem, eu vou. Tá. Tchau. Quando ele encerrou a ligação, Hannah fingiu não estar prestando atenção na sua conversa mesmo que estivessem presos num cubículo sem quaisquer outras distrações. —  É aniversário de um amigo hoje! Marcamos um rodízio de pizza e eu deveria me encontrar com outro amigo para irmos juntos! — ele explicou devolvendo o celular. — Muito obrigado! Ele ficaria chateado se eu não desse satisfação. Ela com a cabeça dando-lhe um breve sorriso de complacência. —  Me chamo Hélio! — apresentou-se estendendo a mão na direção dela. Hannah a apertou rapidamente. — Eu sei! — deixou escapar. —  Sabe? — questionou com curiosidade. — Como? —  Já nos apresentamos antes... — mencionou depois de gaguejar. — Moramos no mesmo andar. —  Ah, faz sentido! — pareceu cair na real. — Me desculpe, eu deveria lembrar seu nome, mas não lembro. —  Tudo bem! — forçou um sorriso sem rancor. — Sou a Hannah! —  Hannah... — repetiu pensativo sobre aquele nome. — Você é a garota do 56, certo? —  57. — corrigiu e ele sorriu desconcertado. —  Então, somos vizinhos de frente! — avisou com empolgação. —  Eu moro no 58! Hannah deu o velho sorriso amarelo para disfarçar que já sabia daquilo também. Trocou o peso de uma perna para outra e respirou fundo já se sentindo sufocada, uma vez que estava ficando bem quente ali enquanto os dois consumiam o pouco oxigênio do local. Continuaram em silêncio sem saber o que poderiam conversar para diminuir a estranheza do momento e ambos nunca foram muito bons em conversar. Incrivelmente, só conseguiam se comunicar sem dificuldades um com o outro até se tornarem dois estranhos. Hélio ficou com o nome dela na ponta da língua e procurando conciliar o nome com a pessoa, olhou bem para Hannah, sendo privado de muitos detalhes por causa da escuro. Mas então seus olhos encontraram sem dificuldades a marca de nascença marrom que ela tinha no queixo, bem abaixo de um dos cantos da boca. Seria uma grande coincidência se ela fosse aquela Hannah. —  Pode soar estranho, — começou a dizer aproximando-se dela — mas você é a Hannah dos Anjos, que morava em Portos e estudou na Escola de Aurora? Hannah engoliu a seco enquanto sentia seus batimentos cardíacos até nas digitais. Ele lembrava.

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