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Um anjo para Nana

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Nana é uma mulher que saiu do interior e foi morar em Nova York, mas sua vida não está indo nada bem no exterior quando descobre que estava sendo traída e que a vida que tinha era uma mentira. Para completar a série de tragédias, numa noite invernal ela se depara com um rapaz em sua varanda alegando ser um anjo que viera para ajudá-la a resolver todos os seus problemas. Não restando opções além de acreditar no possível anjo, Nana acaba voltando para sua cidade natal no interior para passar os feriados de fim de ano, e precisa enfrentar sua família e todas as lembranças de seu passado sabendo que sua vida atual era um completo fracasso.

Com a ajuda do anjo, tudo parecia possível até Nana descobrir o real propósito de ter sido levada de volta para casa e acabar se envolvendo com uma pessoa de seu passado.

Arte da capa feita por Karine Duque (@apenas_kaari)

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Abel
A vida já não estava tão boa assim, mas tudo o que eu precisava era respirar fundo e me organizar para ver o que não estava sendo conforme o planejado. Pensei que listar mentalmente os recentes acontecimentos, talvez, colocasse minha mente em ordem e fosse mais fácil encontrar soluções práticas. Era uma azarada inveterada, mas não era justo ser pessimista tão facilmente. Lista de coisas que deram errado só nessa semana: 1. Perdi meu emprego; 2. Meu relacionamento acabou (e talvez nunca tenha existido de verdade); 3. Aluguel atrasado (e a dona do prédio só falta roer meus ossinhos, isto é, os que sobrarem de mim após acontecer o próximo ítem da lista); 4. Geladeira vazia, saldo negativo na conta bancária e limite do cartão de crédito estourado (e eu sei que são três coisas diferentes, mas é melhor colocar num tópico só para dar a impressão de ter menos problemas) ; 4. Mamãe ligou para passar o feriado em casa com a família (e aparentemente ninguém sabe que me tornei uma completa fracassada e joguei fora anos de esforço dos meus pais); 5. Ouvi spoilers da série que comecei a assistir (e não é lá grandes coisas, porém considerando os problemas anteriores, qualquer besteira pode se tornar a cereja do bolo de um grande desastre); Finalizei a lista mental antes de ficar ainda mais deprimida. Todos os “es” dentro dos parênteses só me mostravam o quanto seria difícil encontrar boas soluções. Tantas conjunções aditivas para adicionar dificuldades em vez de oportunidades. Oportunidades, tá aí uma palavra de que nem lembrava da existência. Suspirei deixando uma nuvem de calor sair da minha boca naquela noite fria. Não havia muito que eu pudesse fazer, eu já tinha chorado e pensado em pular de dois andares. Comecei a conversar com o que eu achava ser Deus só para perguntar o porquê de tanta bagunça na vida de uma única pessoa, um alguém tão insignificante como eu. — Não sei bem o que fiz para merecer isso — falei massageando meus ombros. — Mas eu agradeceria se pudesse resolver só um desses problemas.  Suspirei mais uma vez sentindo a brisa gelar meus pulmões. — A verdade é que eu não quero resolver nada. Estou sozinha! — murmurei para o céu nublando e intempestivo. O frio da noite soprou contra meu rosto fazendo com que eu desistisse de chorar tudo de novo. Não dava para ficar na varanda de pijama enquanto fazia graus negativos, ainda mais para uma pessoa que estava acostumada ao calor do Nordeste do Brasil. — Você não está sozinha! — uma voz suave soou como se o vento estivesse falando comigo. Meus olhos encontraram os de um rapaz sentado na cadeira ao canto da varanda, em que a madeira já estava estufada demais por causa das chuvas, e a culpa era minha por nunca lembrar de colocá-la para dentro. Ele tinha uma expressão descontraída no rosto enquanto sacudia as gotículas de água que escorriam pelo telhado. — Quem é você? — perguntei tentando cobrir minhas roupas, não precisava fazer um desfile do meu look composto por uma velha calça legging comprada para a academia, mas nunca destinada a isso, e uma blusa de algum time que tinha aparecido em meu guarda-roupa. — O que está fazendo na minha varanda? — Meu nome é Abel! — respondeu com um sorriso amistoso. — E eu estou aqui para ajudá-la, Nana! Dei alguns passos para trás até meu calcanhar tocar o batente da porta. — De onde você me conhece? Como sabe meu nome? Abel se levantou e caminhou em minha direção. Estava vestido todo de branco e o vento balançava seus fios de cabelos castanhos. E os pés jaziam descalços. Parecia até não ser nenhum pouco afetado pelo frio da noite enquanto eu só faltava trincar os dentes. — Vamos pular essa parte porque não temos muito tempo. — falou. — Eu sou um anjo e vim para te ajudar. Só era o que me faltava. Além de todos os meus problemas, eu ainda teria que lidar com um lunático que poderia ser um ladrão e/ou serial killer. Oscilei entre desatar numa gargalhada histérica ou correr para dentro e chamar a polícia. — É algum tipo de sociopata ou stalker? — perguntei sem pensar que era muito inconveniente perguntar ao doido se ele é doido. — Não, sou um anjo! — redarguiu. Ok, ele não estava afim de cooperar. — Eu vou chamar a polícia se não for embora agora do meu apartamento! — ameacei. — O apartamento do qual você acha muito pequeno, mas que m*l tem dinheiro para pagar o aluguel e que próximo mês pode ser despejada?! Dei um passo em falso surpreendida. Quem era aquele estranho? — Não precisa ter medo de mim! — Abel falou voltando-se para o corrimão e olhando para o térreo. — Eu não vou te machucar, muito pelo contrário! Mesmo que Abel dissesse que era um super-herói, um agente da CIA ou até mesmo um deus, nada faria com que eu me sentisse mais tranquila. Quando alguém que você nunca viu aparece no seu apartamento beirando a madrugada alegando ser um anjo, das duas uma: ou Deus tinha mesmo se comovido com a minha história ou era motivo suficiente para andar armada com spray de pimenta. — Escute, — comecei tentando controlar meus nervos — está muito frio aqui fora, acho melhor você ir para a sua casa. Pode adoecer se continuar assim! Vi uma de suas sobrancelhas se arquear e naquele ato comum, eu tive certeza de que ele era humano. — Anjos não sentem frio, nunca te disseram? — respondeu me encarando. Revirei os olhos segurando a vontade de ser grosseira. Era muito azar para uma pessoa só. — Na verdade não, porque anjos não existem! — pontuei metodicamente. — Nana, — Abel citou meu nome tranquilamente — eu vou ajudá-la em tudo, mas tem que acreditar em mim, não temos muito tempo. Suspirei vendo que não seria fácil vencer aquele dia, aquela vida. — Mas o Natal nem chegou para que eu seja assombrada pelos espíritos natalinos... — choraminguei sentindo meus músculos doerem com o frio. Ele estalou a língua entre os lábios e suspirou. — Não sou um espírito, sua tonta! Sou um anjo! — ralhou ficando enervado. Meneei a cabeça me sentindo frustrada e resfriada. Seria péssimo sair para procurar emprego se acabasse gripando. Os entrevistadores ficariam com nojo de um nariz escorrendo. — Mas não existem anjos em Nova York! Sinceramente, não existem anjos em lugar algum! — retruquei e Abel cruzou os braços, cruzei os meus também. — Se diz ser um anjo, então prove! Ele pareceu pensar por um segundo e me senti muito vitoriosa, porém depois o vi sentar-se no corrimão de madeira de costas para a noite fria e chuvosa. Ele poderia cair se continuasse daquele jeito. — O que... — comecei a dizer, mas ele fechou os olhos e jogou seu corpo para trás. Só segui o meu instinto e corri até ele segurando seus braços. — Você é louco? — gritei segurando seu peso contra a gravidade. Abel abriu os olhos e sorriu para mim. Seu corpo ficou mais pesado e ele caiu, e eu caí junto. Fechei os olhos sem perceber. Tudo bem que minha vida estava uma d***a, mas eu não pretendia morrer antes de fazer um milhão de coisas mesmo que elas fossem dar errado. Qual era a sensação de estar abraçando a morte? Era quase como sonhar estar caindo. Mas eu estava mesmo caindo e daria de cara com o chão de concreto. As pessoas me achariam esmagada no asfalto e com a pior e mais confortável das roupas. Nem daria tempo de me desculpar com papai e mamãe ou mandar o Samuel ir à m***a uma última vez. "Morrer é assim?" pensei quando o vento parou de soprar alterado em meus ouvidos."Não dói." — Deveria tentar abrir os olhos. — Ouvi a voz do Abel contra meu ouvido. Arrisquei abrir os olhos e vi o rosto do dito cujo próximo ao meu. Não tínhamos morrido? Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, meus olhos captaram a imagem de duas asas em suas costas, tão brancas quanto neve. Tipo as asas de um pássaro, só que brancas e enormes, e elas batiam vagarosamente nos mantendo no ar. — Ai meu Deus... — gaguejei sem perceber que Abel estava me abraçando enquanto voávamos um pouco acima do meu apartamento. Sim, voávamos! — Olhe para baixo! – incentivou-me e neguei desesperadamente. Sempre tive acrofobia, o máximo que eu suportava eram os três andares do pequeno edifício em que morava. Agarrei-me ainda mais em suas roupas sem saber se entrava em pânico pelo medo de altura ou pelo choque de ver asas em suas costas. É um sonho! É um sonho! É um sonho! É um sonho! — Não é um sonho, Nana! — falou como se lesse meus pensamentos. — Sou mesmo um anjo. Agora acredita em mim ou preciso te deixar cair e te pegar antes que seja esmagada? Acenei positivamente enquanto escondia o rosto na curva do seu pescoço para não olhar para baixo. Com um sopro Abel pousou na varanda do meu apartamento, eu ainda estava em seus braços. Debati-me até ele me colocar no chão e me encostei à parede respirando fundo, sentindo minhas pernas tremerem. — Você está bem? — Perguntou se aproximando de mim. — Você não poderia simplesmente dizer que pode voar? — falei entre uma lufada e outra. — Você não acreditaria em mim! — Abel deu de ombros. Ele tinha razão. — Poderia ter me mostrado suas asas! — atirei lançando-lhe um olhar mortal. — Que graça teria mostrá-las e não as usar? — mostrou-me um sorriso perfeito e angelical.

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